terça-feira, 11 de setembro de 2012

sábado, 8 de setembro de 2012

HISTÓRIA DA RADIO JORNAL

RÁDIO JORNAL DO COMMÉRCIO

Inicia-se em 20 de abril de 1942, a idealização da mais potente, aperfeiçoada , luxuosa e completa emissora de rádio das Américas do Sul e Central. Na Estrada de Santana, onde ficariam os transmissores, seria construído o Palácio do Rádio que levaria aos quatro cantos do mundo a voz da Rádio Jornal do Commercio. (RJC).
Inúmeras circunstâncias, no entanto, retardaram a inauguração do gigantesco empreendimento. Paixões políticas injustificadas, incompreensão de autoridades diversas, fatores de caráter pessoal, que não deveriam influir, privaram a população de ver instalada há mais tempo, a potente emissora.
A concessão deveu-se aos interesses de autoridades civis e militares em dotar a região Nordeste de uma emissora que se propusesse a investir na cultura e servir a defesa nacional. Com o intuito de atender a esta última finalidade e de agradecer o empenho do exército, a emissora cria um programa diário - Hora do Exército - dedicado às Forças Armadas para a divulgação de informações do seu interesse.
Em 04 de julho de 1948, vai ao ar a Rádio Jornal do Commercio com o prefixo PRL 6 nas ondas médias e ZYK 2 e ZYK 3 nas ondas curtas. Cerca de um mês antes da inauguração, a emissora realiza experiência com um de seus transmissores de ondas curtas, irradiando simultaneamente em ondas médias de 780 KHZ. Posteriormente, efetua irradiações com seus dois transmissores de freqüência modulada. Nessa fase experimental, o locutor Ernani Seve anuncia, nas ondas médias, o prefixo em português e Janet Slater Swaton transmite em inglês nas ondas curtas.
A emissora vai ao ar com o programa Protofonia anunciando a sua inauguração com o Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, artistas nacionais e internacionais, políticos, autoridades e com ampla cobertura da imprensa nacional.
Assumindo-se como uma “rádio espetáculo”, a RJC pretendia ser um marco na radiodifusão nacional, era a voz de Pernambuco Falando Para o Mundo. Contava com uma equipe técnica de aproximadamente quarenta pessoas chefiada por José Maria Carneiro de Albuquerque, auxiliado por um engenheiro da Marconi que veio montar os transmissores e o estúdio da rádio, estes localizados na Rua Marquês do Recife.
A programação inaugural inicia-se exatamente meio dia e estende-se até meia noite irradiando programas montados, de aproximadamente trinta minutos, de caráter evocativo, distintivo, patriótico e musical. Protofolia, Senzala, Canaviais, Nordeste, Sambologia, Farrapos, Ritmo, Inconfidência, Madrigais, entre outros, eram programas que homenageavam o rádio, a imprensa, a indústria, a música folclórica, o povo gaúcho, o jazz, a república dos Palmares, a BBC, etc...
A direção geral da emissora estava a cargo do Dr. Fernando Pessoa de Queiroz assessorado por Caio Souza Leão, na função de gerente. A organização da empresa estruturava-se em vários departamentos.
Departamento Musical: composto pelas Orquestras Sinfônicas sob a regência maestro Fittipaldi; Orquestra Jazz Paraguari sob a direção de Manoel Oliveira e a Orquestra Regional de Luperce Miranda, Wilson Santos, Ernani Reis e Jackson do Pandeiro.
Departamento Artístico: dirigido por Teófilo de Barros Filho e composto por atores, cantores, locutores, apresentadores e músicos, entre os quais: Ernani Seve, Aluizio Pimentel, Jairo de Barros, Hildemar Torres, Dirceu Matos, Maria da Graça, Manuel Malta, Fernando Távora, Geraldo Lopes, Francisco Barbosa, Nelson Pinto, Osman Lins, Expedito Baracho e Luiz Bandeira.
Departamento de Radioteatro: trabalhava em contato com o Departamento Artístico e era dirigido por Lima Filho. Seus principais produtores eram Alberto Lopes, Joel Pontes, Eronildes Silva e Osman Lins.
Departamento Técnico: dirigido por Paulo Pessoa de Queiroz, auxiliado pelos engenheiros Harry W. Wolden e Ulo Vilns, ambos vindos de Londres.
Departamento Comercial: dirigido por Luiz Vieira. De vital  importância para a empresa, esse departamento contava com patrocinadores como Casas Ramiro Costa, Fratelli Vita, Coca-Cola, Brahma e Antarctica.

A disputa pela audiência

Com a inauguração da Rádio Jornal do Commercio inicia-se um novo período no rádio pernambucano. Os programas passam a ser produzidos com mais cuidado e a participação de grandes nomes do eixo Rio-São Paulo faz-se presente no cotidiano do rádio pernambucano.
Nesse período, quando as rádios brasileiras ainda utilizavam o quarto de hora, onde o cantor se apresentava durante quinze minutos entremeados por mensagens publicitárias, a RJC oferecia programas de meia hora com uma temática bastante diversificada. Tinha o suporte de um cast permanente e a colaboração de intelectuais pernambucanos como Waldemar de Oliveira, Mário Sette, Osman Lins, Ubirajara Mendes e Emílio Duarte.
Acirrava-se a disputa entre a Rádio Jornal do Commercio e a Rádio Clube de Pernambuco. Como a RJC não conseguiu concretizar a proposta de formar um cast com novos artistas, propõe-se a trazer para a empresa, artistas locais já consagrados pelo público através da  Rádio Clube. Entre outros, trocam de emissora, Ernani Seve, Luiz Bandeira, Juracea Castelar e Fernando Castelão. Enquanto a Rádio Clube transmite duas apresentações diárias de radionovelas, uma ao final da tarde e outra à noite, a RJC veicula em quatro horários distribuídos ao longo do dia. Posteriormente, este número amplia-se para oito audições. A duração de cada capítulo era de quinze minutos e o tempo médio de duração da novela era cerca de quatro meses. Essas novelas, a princípio, eram compradas da Rádio Nacional, escritas por autores como Mário Lago, Juraci Camargo, Raimundo Lopes, etc... e apresentadas ao vivo pelo elenco local que seguia na íntegra o script original. Mais tarde, autores pernambucanos que faziam parte do cast da emissora começam a escrever. São eles: Alberto Lopes, Nelson Pinto e Osman Lins. Entre as radionovelas mais aplaudidas, citam-se Senzala, de Juraci Camargo; A luz vermelha, de Raimundo Lopes e Desiludida de Alberto Lopes. Outra novela de sucesso foi O maestro, escrita e produzida por Fernando Castelão. Dos anos 50, destacam-se  Primavera, Onde a terra acaba,  A professora e Não me queiras tanto.
Na década de 60, as novelas passam para a TV Jornal do Commércio e a emissora perde um segmento da maior importância na sua fase áurea.
Os programas de auditório foram fundamentais para o sucesso da RJC. Entre outros, destaca-se Variedades Fernando Castelão que vem transferido da Rádio Clube juntamente com o produtor e permanece no ar entre 1954 e 1957. Os programas de auditório eram geralmente apresentados pelo próprio produtor e exibiam músicas, brincadeiras, atrações, quadros humorísticos, etc... Dos programas de calouros, realizados também no auditório, surgiram bons intérpretes. Um grande incentivador deste tipo de programa foi Ernani Seve que estreou no programa dominical Está na hora, no dia 11 de julho de 1948. Apresentavam-se nos programas, nomes destaque no cenário artístico nacional, como Orlando Silva, Sílvio Caldas, Carlos Galhardo, Francisco Alves, etc... Do cenário internacional, várias foram as orquestras, cantores e artistas de cinema que visitaram a emissora. Entre outros, Bievenido Granda e Rosita Luna fizeram grande sucesso.
Peça fundamental na programação da Rádio Clube de Pernambuco, o Repórter Esso passa para a Rádio Jornal do Commercio em janeiro de 1949, na voz de Mário Teixeira. A transferência ocorre em função da audiência, da qualidade técnica e do cast da RJC, requisitos exigidos pela direção da Esso, no Brasil, para patrocinar as emissoras. Inicialmente, irradiado em quatro horários no decorrer do dia, o Repórter Esso dominava a audiência. O pernambucano reunia-se com familiares e amigos diante do seu rádio para ouvir atentamente as notícias. Em março de 1952, Édson de Almeida substitui Mário Teixeira que sai da emissora por falta de acordo salarial. Édson de Almeida permanece como apresentador exclusivo até o Repórter Esso ser extinto em todo o Brasil.
Na década de 50, com a inauguração da Rádio Tamandaré, a Rádio Jornal do Commercio busca uma identificação maior com a cultura regional.
Durante o período áureo da emissora, F. Pessoa de Queiroz trabalhava com afinco em busca de recursos. Dono de 90% do capital da Empresa Jornal do Commercio, lançava ações para o público, para industriais e latifundiários da região com o objetivo de conseguir recursos para cobrir os custos da rádio. Investia-se muito nos programas de auditório, nos equipamentos e principalmente no cast. A emissora não só trazia muitos artistas de fora mas também executava folias carnavalescas. A direção comercial desdobrava-se em busca de patrocinadores. O empresariado local era conservador e não acreditava na publicidade nem na penetração do rádio.
No período da ditadura, a emissora mantém-se eqüidistante do processo político. Por haver sofrido perseguições na Revolução de 30 ou por compromissos políticos assumidos na época, toda a empresa posiciona-se absolutamente de acordo com o regime. Em 1966, assume o comando da Empresa Jornal do Commércio, Paulo Pessoa de Queiroz que investe numa emissora de televisão em Salvador e para isso desestrutura a empresa, iniciando uma série de problemas e uma longa crise que se estende por vários anos. No aniversário de 20 anos da emissora e com o investimento direcionado para a televisão, já se observam os sinais de declínio da Empresa  Jornal do Commércio.
Em 1974, é decretada a intervenção na empresa e Alcides Lopes é nomeado para administrar a crise. Sem capital de giro e pressionado por dívidas, ele busca compradores.
Ao longo de dezoito anos de dificuldades, a empresa foi cogitada por muitos grupos. Os funcionários enfrentaram tempos difíceis passando por crises administrativas e a programação da RJC oscila com as  dificuldades.
Na década de 80, com a compra da empresa pelo Grupo Bom Preço, a emissora reorganiza-se e opta por uma programação prioritariamente informativa produzindo noticiários, programas esportivos, programas de variedades e crônica policial.
Em quatro décadas, a Rádio Jornal do Commercio produziu inúmeros programas importantes: Luar do Sertão, Música Itálica, Enquanto a cidade não dorme, Fantasias Nordestinas, Lanterna azul, Salve a retreta, Mesa redonda no ar e muitos outros produzidos por nomes da maior importância para o rádio pernambucano, como Manuel Malta, Rui Cabral, Djalma Miranda, Carlos Basto, Luiza de Oliveira, Paulo Duarte, etc...
Hoje, a Rádio Jornal é uma das grandes potências do radio nordestino sob o comando de João Carlos Paes Mendonça. O grupo JCPM tambem a proprietário da CBN Recife.
A emissora atualemte conta com unidades no interior em Limoeiro,Caruaru,Pesqueira, Garanhuns e Petrolina.
Os esportes são o forte da dinâmica RADIO JORNAL e  tem na sua equipe  o limoeirence Maciel Junior

JOÃO LIMOEIRO

João Limoeiro e a Ciranda Brasileira - João Limoeiro é um dos mais conhecidos poetas da Mata Norte pernambucana. Cirandeiro, é contemporâneo do Mestre Baracho, e viveu o auge da ciranda, nos anos 70, no Pátio de São Pedro. Foi um dos primeiros cirandeiros a abandonar o ritmo da ciranda.

JOÃO LIMOEIRO CANTA CAPA PRETA DA CIRANDA 1 DVD..flv