sábado, 28 de julho de 2012

CERU


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Zé de Teté dá o tom


Zé de Teté dá o tom do coco de roda em Limoeiro

Artista foi tema de um documentário dirigido pelo conterrâneo Walter Eudes

28/07/2012 02:05 - RODRIGO ALMEIDA, da Folha de Pernambuco

Aurélio Velho/Divulgação
Coquista lança, hoje, o álbum “O Rei do Coco Chegou”
O coco de roda é uma manifestação cultural bastante complexa: articula música, poesia e dança, além de possuir uma sonoridade que não vem apenas da voz do coquista e dos instrumentos de percurssão (pandeiro, ganzá e zabumba), mas depende do acompanhamento das palmas e das “pisadas” dos presentes na ocasião. Profundo conhecedor dessa ar­te, o pernambucano Zé de Teté chega ao seu décimo disco “O Rei do Coco Chegou” (o segundo gravado de forma profissional em estúdio), com show de lançamento neste sábado (28), às 20h, no anfiteatro da Praça da Bandeira, em Limoeiro, sua cidade natal. A entrada é gratuita.
O artista foi tema recentemen­te de um documentário dirigido pelo conterrâneo Walter Eudes, que revelou entre outras coi­sas, a forma como ele conci­lia o ofício de coquista e a pro­fissão de barbeiro, herdada do pai, atividade que lhe permi­te o sustento da família. O ál­bum foi viabilizado através do Fun­cultura, contando com on­ze faixas e uma vinheta de a­ber­tura, todas compostas pelo próprio músico. “Inicialmente fiz uma coletânea de vinte e duas canções, mas os meninos da produção terminaram sele­cio­nando as onze melhores. A­­cho que o show vai ser muito a­ni­ma­do, porque teve muita divul­gação aqui na cidade”, explica.
Com faixas como “Baralho Novo”, “As Obras da Natureza” e “O Canto dos Passarinhos”, o cantor reforçou os temas populares de sua carreira, que conta com apresentações em diferentes palcos, dentro e fora do Estado, participando inclusive do projeto Fuloresta do Samba ao lado de Siba. “Comecei a fazer coco em 1970, mas desde pequeno gostava muito dos folguedos de São João, algo que influenciou minha preferência pelo coco, que ficou mais forte quando conheci o trabalho do cantador Paulo Faustino”, lembra. Zé subirá ao palco acompanhado de percussionistas, além dos cantores responsáveis pelo resposta, que fazem a segunda voz na cantoria.
Escute Zé de Teté na segunda-feira (30), no programa Fo­lha na Tarde, com Lina Fernan­des, às 16h, na Rádio Folha FM 96,7.
SERVIÇO
Show de lançamento do álbum “O Rei do Coco Chegou” , de Zé de Teté
Sábado (28), às 20h
Anfiteatro da Praça da Bandeira, centro de Limoeiro
Aberto ao público

sábado, 21 de julho de 2012

PROFESSOR ANTÔNIO VILAÇA

Antônio de Sousa Vilaça veio ao mundo na propriedade Kágado, do município de Lajedo-PE, em 3 de outubro de 1914, sendo seus pais: Guilhermino Virgulino de Sobral e Dona Cecília de Sousa Vilaça.

Foi aluno do Seminário de Garanhuns, transferindo-se muito cedo para a cidade de Nazaré da Mata, onde conclui os estudos, casa-se com a Srta. Evalda Rodrigues e nasce-lhes o único filho: Marcos Vinícios Rodrigues Vilaça, mais tarde ministro do TCU e, atualmente, presidente da Academia Brasileira de Letras.

À sua terra, Lajedo, prestou relevantes serviços, dentre os quais destacamos o esforço empreendido para a construção da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, anos depois demolida, e agora re­construída; a luta para elevação de Lajedo à condição de Paróquia e, sobretudo, seu desempenho no processo que culminou com a nossa autono­mia política, conforme narra em suas memórias: "Era deputado estadual Heráclio do Rego e a meu pedido ele apresentou à Câmara projeto que se tornou vitorioso. A Lei 377, de 24 de dezembro de 1948, assinada pelo Governador Barbosa Lima desmembrou o distrito de  Lajedo do município de Canhotinho". Num feliz reconhecimento  é designado primeiro prefeito da nova cidade seu pai Guilhermino Virgulino de Sobral (Guilhermino PauIo).

Passando a residir na cidade de Limoeiro, a qual dedicou mais de sessenta anos de sua existência, foi juiz preparador, tornou-se prefeito na década de 50, vereador em duas legislaturas, diretor da Cooperativa Agropecuária de Limoeiro e professor das cadeiras de Português e História do Colégio Padre Nicolau Pimentel, hoje Ginásio do Limoeiro.

Educador, escritor e jornalista, Antônio Vilaça produziu e publicou obras marcantes, constando de sua bibliografia os seguintes títulos: Páginas de Limoeiro (1952), Meu Limão meu Limoeiro (1969), Histórias que  Limoeiro Conta (1971), À Sombra de Dois Pinheiros (1973), Livro Memória (1978), Evalda, Companheira da Longa Caminhada (1990) e As Astúcias do Coronel (1995 ).

Como jornalista assinou trabalhos para o Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco, ainda escrevendo crônicas para a Rádio Difusora de Limoeiro. Foi diretor da AIP (Associação de Imprensa de Pernambuco).

Este ilustre lajedense veio a falecer em 27 de junho de 2003, quase aos 89 anos de idade, praticamente sem visão, deixando-nos, entretanto, inestimável legado intelectual, que muito nos dignifica: a Laje­do, seu lugar de origem; Limoeiro, sua terra de adoção, enriquecendo conseqüente e substancialmente o patrimônio cultural de Pernambuco.

 Desenvolvido Por: Murilo Dornelas

O RIO CAPIBARIBE


O Rio Capibaribe é um dos rios do estado de Pernambuco, no Brasil. Seu nome é originário da língua tupi e significa "na água de capivara", através da junção dos termos kapibara ("capivara"), y ("água") e pe Nasce na Serra de Jacarará, no município de Poção. Antes de desaguar no Oceano Atlântico, passa pelo Centro da cidade do Recife.
Possui 240 quilômetros de extensão e sua bacia, aproximadamente 5 880 quilômetros quadrados. Possui cerca de 74 afluentes e banha 42 municípios pernambucanos, entre eles Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Limoeiro, Paudalho, São Lourenço da Mata e o Recife.
Seu curso é dividido em três partes: o alto e o médio curso, situados no Polígono das Secas, onde o rio apresenta regime temporário (cheio sazonalmente) e o baixo curso, quando se torna perene, a partir do município de Limoeiro, no agreste do estado.
Divide a área central da cidade do Recife. Atravessa vários de seus bairros: Várzea, Caxangá, Apipucos, Monteiro, Poço da Panela, Santana, Casa Forte, Torre, Capunga, Derby, Madalena. Faz confluência com o Rio Beberibe atrás do Palácio do Campo das Princesas, antes de desaguar no Oceano Atlântico. Seu braço sul passa por Afogados, ilha do Retiro, rumo à ilha Joana Bezerra, juntando-se ao rio Tejipió e chegando à foz no porto do Recife.

RÁDIO VERAS VIDEO

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domingo, 15 de julho de 2012

NOSSOS ESCRITORES

Austro-Costa: 110 anos em revista

Rita de Cássia Barbosa de Araújo
Historiadora e Diretora de Documentaçãoda Fundação Joaquim Nabuco

APRESENTAÇÃO

Austro-Costa, nascido Austriclínio Ferreira Quirino, em 1899, no município de Limoeiro situado no Agreste pernambucano, distante 77 Km do Recife, traz na biografia uma das marcas sociais de sua geração: a dos que, nascidos em cidade e vilarejos interioranos do país, entre a segunda metade do século XIX e primeira do século XX, migravam para os grandes centros urbanos, para o Recife, por exemplo, como o fez Austro-Costa ainda jovem, em busca de maiores oportunidades de estudo, trabalho e ascensão social. Como traço particular — que mais tarde revelaria ser sua verdadeira vocação profissional e seria responsável por sua memória não se desvanecer no tempo —, manifestou desde criança o gosto pela escrita, o veio poético, a capacidade de observar o mundo cotidiano e de traduzi-lo em crônicas a que deram vida os inúmeros jornais e revistas publicados em Pernambuco entre 1910 e 1950. Embora situado na periferia do sistema econômico capitalista mundial, o Recife se destacava nos cenários nacional e regional como centro hegemônico do então chamado Norte Agrário ou região açucareira do Norte do Brasil. Terceira maior cidade do país, era mais que uma grande praça do comércio de exportação e importação, tendo no açúcar e no algodão seus dois principais produtos no comércio exterior. Além da indústria açucareira, havia outras não necessariamente vinculadas àquela: indústrias de tecido, fundação a vapor, gelos e bebidas, serrarias, prensas de algodão, cervejaria, biscoitos, massas alimentícias, doces, óleos, sabão, anil, cigarros, vidros, dentre outras. A presença das indústrias significava a existência não apenas de uma classe dominante formada por industriais — a par dos grandes proprietários de terra e comerciantes —, mas também de uma classe trabalhadora urbana que não tardou em se organizar em sindicatos: em 1919, o operariado do Recife organizou a primeira greve geral da história local. À crescente complexidade da estrutura social urbana correspondia também o aumento de uma classe média que buscava se afirmar para além dos esquemas de compadrio e dependência dos grandes chefes políticos e oligarcas.

Culturalmente, a década 1920 — que assistiu ao desabrochar do jornalista e poeta Austro-Costa no mundo social e intelectual local —, foi marcada por conflitos e tensões entre o velho e o novo, entre a tradição e a modernidade. As grandes tendências culturais, estéticas, políticas, científicas e filosóficas, que agitavam o mundo das artes, da cultura e das ciências nos âmbitos nacional e internacional, traduziram-se então, num surto inovador, em Regionalismo e Modernismo. Austro-Costa, poeta, esteve mais próximo do Modernismo, movimento que encontrou em Joaquim Inojosa seu maior propagador na atual região Nordeste do Brasil; enquanto Gilberto Freyre sobressaiu como o grande idealizador e difusor do Regionalismo, a seu modo modernista, como costumava dizer. A imprensa era o principal veículo de circulação de ideias e intelectuais, escritores e poetas que se quisessem fazer notar e, quiçá, respeitar, haviam de, necessariamente, possuir vínculos com os órgãos de imprensa ou colaborar nos periódicos. Austro-Costa não fugiu à regra. Escreveu para diversos periódicos pernambucanos, desde os da grande imprensa de circulação diária aos órgãos de grupos carnavalescos e de humor, passando pela Revista do Norte, símbolo maior do movimento cultural inovador de matriz pernambucana: Jornal do Recife, Diario de Pernambuco, A Pilhéria, Pra Você, e tantos outros. Destacou-se como um dos grandes cronistas da vida social mundana do Recife e de Olinda. Sob os pseudônimos de Afêquirino, Alcedo Tryste, Chrispim Fialho, Fra-Diávolo, João da Rua Nova, João Queremista, João-do-Moka, Silvio d‘Almeida, Tybaldo d‘Alcazão, Tritão e X, registrou comportamentos e atitudes coletivos, o mundo da moda e da sociabilidade burguesas então emergentes no Recife dos anos 1920 e 1930: as elegantes da Rua Nova, os flirts nas praias e retretas de Olinda, o footing em Boa Viagem, os pastoris e bumbas-meu-boi do Pina, as moças alegres do Carnaval. Escritos dispersos, espalhados entre dezenas de periódicos, escondidos sob pseudônimos, impossíveis de serem identificados em sua autoria por leitores pósteros e mesmo por pesquisadores da história social e cultural, por antropólogos, sociólogos, psicólogos, que encontram nas crônicas jornalísticas fontes inestimáveis de pesquisa para a apreensão e o conhecimento de uma dada realidade histórica e social. Ao identificarem e reunirem nesta bibliografia Austro-Costa: 110 anos em revista, suas organizadoras Lúcia Gaspar e Virgínia Barbosa — com o estudo introdutório de Paulo Gustavo, que contextualiza a produção poética de Austro-Costa em seu tempo e lugar — oferecem, mais que traços da biografia de um intelectual nascido e atuante em região periférica do capitalismo, um autêntico guia de pesquisa àqueles interessados em conhecer fatos cotidianos e melindres que preencheram os dias e as horas de homens e mulheres que viveram entre as décadas de 1920, 1930 e 1940, no Recife e alhures.

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Elixir Sanativo - DE LIMOEIRO PARA O BRASIL

Elixir Sanativo



Elixir Sanativo desde 1888

Elixir Sanativo
Curando diversos males

Uma mistura de ervas medicinais, Aroeira, Angico, Mandacaru e Camupu, descoberta por João Gabriel Firmino de Figueiredo, atravessou o século e se mantém firme no mercado. Descoberta em 1888 e com eficácia comprovada cientificamente nesse mesmo ano, em exame realizado pela Inspetoria Geral de Higiene da França, a fórmula do Elixir Sanativo foi consagrada pelos consumidores. Há mais de um século, o remédio é usado por milhares de pessoas para estancar sangramentos, extração de dentes, curar úlcera e estomatites, entre outras doenças. O elixir, tão conhecido das famílias, é fabricado pelo Laboratório Pernambucano Laperli.
Natural de Limoeiro, município do Agreste do estado, João Firmino era conhecido em sua cidade como um raizeiro (pessoa que entende de raízes). Foi em Limoeiro que o remédio foi testado e teve seus benefícios comprovados pela população. "Os registros mostram que o medicamento era usado para curar males internos e externos. É tão salutar que não tem nenhuma contra indicação", ressalta o diretor comercial do laboratório, Fernando Nóbrega.
Já com a idade avançada, em 1914, o raizeiro João Firmino negociou a fórmula do sanativo com a firma F. Carneiro Guimarães (Drogaria Brasil). Em 1941, a fórmula foi vendida a João da Silva Lemos Guimarães, fundador do Laboratório Pernambucano Laperli. Desde então, a utilização do medicamento ganhou ainda mais força. "O remédio foi aprovado para curas diversas de tratamento odontológico, problemas respiratórios, infecção na garganta e até mesmo uso veterinário", conta Nóbrega.
A popularidade do medicamento é tamanha que até em livro de cordel o Sanativo teve sua história contada, no início de 1903. Ao longo de sua existência o medicamento foi premiado com medalhas de ouro, prata e bronze em exposições realizadas no Brasil e no exterior. Entre os prêmios recebidos estão os na Exposição Universais de paris e Saint Loius, em 1889, nos Estados Unidos, em 1904, no Centenário Farroupilha, em 1936.
O sucesso do remédio é tamanho que os consumidores fazem questão de escrever para o laboratório para agradecer. A cada ano, milhares de cartas são enviadas para a sede do laboratório pernambucano. 
Fonte: Pernambuco.com
Elixir da vida longa 
Jomar Morais, da EXAME
O que há em comum entre a General Electric, a gigante americana que fatura 100 bilhões de dólares com uma gama de produtos e serviços baseados em alta tecnologia, e o Laboratório Pernambucano Ltda., o Laperli, modesta indústria de Recife que fatura 2,5 milhões de reais produzindo remédios à base de plantas medicinais do Nordeste?
Aparentemente, nada. Mas só aparentemente. Apesar da distância astronômica que as separa quando o assunto é números, as duas empresas fazem parte de um mesmo e seleto clube internacional: o das organizações cujas marcas atravessaram o século XX, sobrevivendo a um período de invenções e mudanças sem precedentes na história da humanidade. É uma proeza e tanto, especialmente se se levar em conta o ritmo antropofágico da economia globalizada nos últimos anos. Surpreende também o detalhe de a grife brasileira ter chegado lá sem ter despendido sequer a milionésima parte dos investimentos bilionários que sustentaram outros nomes centenários. A saga da GE, herdeira da criatividade de Thomas Edison, o inventor do fonógrafo e da lâmpada incandescente, todos conhecem. Coube, porém, a um certo elixir Sanativo, produto fitoterápico concebido há mais de um século por um curandeiro de Limoeiro, no interior de Pernambuco, inscrever o Laperli entre os donos das marcas mais longevas do planeta.
Mistura de extratos de angico, aroeira, camapu e mandacaru, vegetais comuns na caatinga, o remédio teve sua eficácia comprovada cientificamente ainda em 1888, por meio de um exame realizado pela Inspetoria Geral de Higiene da França. Desde então, o Sanativo é utilizado como cicatrizante, anti-hemorrágico e bálsamo no tratamento de cortes, extrações de dentes, queimaduras, herpes e infecções da boca, como as incômodas aftas.
No Nordeste, o velho elixir é um dos campeões de venda em farmácias populares, além de ter boa penetração na classe média e entre dentistas da região. Mas há ainda um longo caminho a ser percorrido pelo produto, se quiser marcar presença nos próximos 100 anos. A produção mensal de 320 000 unidades corresponde a apenas um quarto da capacidade do laboratório. Depois de sobreviver ao competitivo século XX, agora o desafio do Sanativo é conquistar os jovens e ampliar suas vendas no mercado paulista, atualmente limitadas às redes de drogarias São Paulo e Centrofarma. Para isso, o Laperli está investindo 1,5 milhão de reais no desenho de embalagens modernas e funcionais - incluindo uma versão do Sanativo em spray - e na elaboração de uma nova estratégia de marketing. A meta é quintuplicar a produção e o faturamento.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

NOSSOS ARTISTAS

SOBRE ZÉ DE TETÉ

CONHEÇA MAIS SOBRE A OBRA DE ZÉ DE TETÉ
foto: Ludimila Fernandes
foto: Ludimila Fernandes
Poesia inteligente e popular, narrando o cotidiano de sua gente e seu lugar, embalada num ritmo de genuína tradição de brasilidade, o coco de roda. Música que reforça as tradições ancestrais de qualquer indivíduo pernambucano comprometido com suas origens e formação cultural. Reflexo claro do sentimento e pensamento de uma gente em especial: o ser do agreste pernambucano, particularmente de Limoeiro-PE, pedaço de um bom Pernambuco, um bom Nordeste, um bom Brasil. SEU PÚBLICO: É bastante eclético o público de Zé de Teté, tendo ouvintes fiéis desde crianças até idosos, gente de diversos graus sociais e econômicos, de diferentes formações educacionais. De doutores e doutoras letrados a mesmo pessoas adultas sem escolaridade, escutam com muito interesse o trabalho deste artista. Por muitos anos, viu-se a interagir com um público localizado somente na cidade de Limoeiro e entornos, de poucos anos para cá, ampliou seu público consideravelmente, sendo já incomensurável o alcance de seu trabalho. Certo é que Zé de Teté obteve acolhida no universo musical e artístico pernambucano, tornando-se ao certo, a maior expressão de cultura e música popular pernambucana, nordestina e brasileira que a cidade de Limoeiro-PE registra em toda sua história. Sua força artística continua como desde o começo, principalmente nas festas juninas.


ZÉ DE TETÉ E SUA ARTE
Pernambucano nascido em Passira-PE em 1944 (a época município de Limoeiro-PE),é filho igualmente de pernambucanos. Tem escolarização primária incompleta e  desde os 10 (dez) anos de idade exerce a profissão de barbeiro que era praticada com seu pai.
Iniciou tocando e cantando coco de roda em 1970 em Limoeiro  onde sempre residiu e reside.
Teve como principal inspiração para impulsionar seu trabalho o mestre de coco de roda também de Limoeiro, Paulo Faustino.
Tem autoria própria de suas composições que já somam mais de 200 (duzentas), sendo que aproximadamente 100(cem) estão gravadas em formato digital (CD).
Tanto suas apresentações como a gravação de seus CDs tem participação de grupo de músicos/brincantes de coco limoeirenses que lhe acompanham, no dizer da cultura do coco de roda a “responder o coco”. Seu grupo vem oscilando entre sete a dez membros, estando alguns membros lhe acompanhando já há mais de 20 (vinte) anos.
Já se apresentou em mais de 100 (cem) polos de festejos ao público em geral em mais de 10 (dez) cidades, estando a frequência maior em Limoeiro e seus entornos.
A partir da gravação de sua série de CDs iniciada nos anos 2000, teve suas músicas executadas em dezenas de rádios AM e FM de Pernambuco, Nordeste e Brasil.
APRESENTAÇÕES
1974 – já em início de sua trajetória artística representa Limoeiro com o Coco de Roda no programa televisivo Cidade contra Cidade, realizado pela TV Jornal, canal 2, no Recife.
Década de 70 e 80 – é impossível conceber os festejos juninos sem a inclusão do Coco de Roda em Pernambuco, em Limoeiro; e igualmente é impossível não associar o Coco de Roda em Limoeiro e região a Zé de Teté. Entre todos e todas os coquistas regionais, Zé de Teté é o que tem mais proeminência e é requisitado nos festejos de rua oficiais do ciclo junino por décadas. É solicitado para pequenos lugarejos, distritos, vilas, mesmo abastadas fazendas, onde quer que haja o costume do coco. Assim, suas apresentações oscilam entre o meio urbano e rural, muitas vezes fora do ciclo junino. São centenas e mais centenas as apresentações em Limoeiro e região.  Destaca-se na cidade de Limoeiro os bairros de: Cohab, Juá, Vila da Paz, Monsenhor Fabrício, Alto do Céu, Rua Seráfico Ricardo, Rua São Sebastião, Pátio da Feira, Pça da Bandeira, Mendes, Rua da Gameleira. Na região, as cidades de: Feira Nova, Carpina Nazaré da Mata, Tracunhaém, Goiânia, Várzea da Passira (em Passira), Paudalho, Recife.
Em Limoeiro  é a principal atração na Rua da Gameleira desde 2002 onde esta comunidade em junho, festeja o coco de roda em primazia.

Década de 90 – alcança a maturidade de seu trabalho em musicalidade, temas  de letras e definitiva aclamação do público. Vislumbra perspectiva de sonorização de suas obras. Em sábia e simplória gravação em áudio CD explode seu gênero a antigos brincantes e novas gerações. O coco de roda se renova.
Anos 2000…

*2004 – Recebe um reconhecimento significativo que o tira do decanal “casulo provinciano” e projeta-se para todo o estado de PE, NE e Brasil: é sob condução do musicista Sérgio Velozo (Siba) que encanta-se com seu primeiro trabalho gravado de forma rudimentar em CD doméstico.   Faz apresentações pelo projeto Poetas da Mata Norte na Torre Malakof, em Recife.
*2005 – Acompanhando o grupo pernambucano e internacional Fuloresta do Samba faz apresentação no Carnaval Multicultural do Recife no Palco de Todos os Ritmos – Marco Zero- principal polo carnavalesco do Recife.
*2007 – Limoeiro –PE faz os tradicionais festejos juninos com a chamada:
“São João Zé de Teté.”
- Também em 2007 faz show junto com a Fuloresta do Samba na cidade de Aracaju-SE durante os festejos juninos
*2008 – Participa da programação oficial do São João organizado pela Prefeitura do Recife e Governo do Estado de Pernambuco apresentando-se em um dos principais polos da capital pernambucana: O Sítio da Trindade.
Ainda em 2008 participa do 10º Encontro de Coco de Pernambuco, festival que reúne artistas e grupos do gênero na cidade de Cabo de Santo Agostinho, em
Pontezinha, distrito do Cabo.
*2009 – Participa da programação oficial do Carnaval de Pernambuco apresentando-se na cidade de Bezerros.
_  Apresenta-se no Festival de Inverno de Garanhuns e Festival de Inverno de Taquaritinga do Norte na programação oficial da FUNDARPE
*2010  –  é convidado especial do evento afro-brasileiro religioso dedicado a MALUNGUINHO no mês de outubro na Mata de Catucá – Região Metropolitana de Recife em Abreu e Lima.
Nos últimos 10(dez) anos vem sendo constantemente requisitado para apresentações nas escolas da rede pública e particular. É sempre tema de estudos e entrevistas de estudantes de todas as idades que utilizam-se dos saberes do artista para aprofundamento prático de várias temáticas como cultura popular, folclore, arte, poesia nordestina, coco de roda, história da arte limoeirense, pernambucanidade, etc.
Igualmente nas escolas vem sendo homenageado em festivais de cultura diversos.
DISCOGRAFIA
*2001 – grava um CD artesanal em Limoeiro – este trabalho causa grande impacto no universo musical, de cultura e mídia do público Limoeirense. Tem tiragem em média de 400 (quatrocentos) unidades.
*2002 – novo CD com tiragem média de 300 (trezentas unidades).
*2003 – a música “O cabaré de Mãe Lola” está em seu terceiro CD que tem mais de 800 cópias comercializadas.
*2004 – obtém reconhecimento do meio musical e artístico pernambucano, nordestino e brasileiro quando participa do projeto Poetas da Mata Norte; com patrocínio da Petrobras e produção e direção de Siba Velozo grava um CD em estúdio profissional.
*2006 – 2007 – 2008 – 2009 – 2010 vem em cada ano lançando um CD com média de 500 (quinhentas) cópias autorizadas comercializadas por produção gravados em estúdio semi-profissional na própria cidade de Limoeiro (calcula-se a grosso modo mais de 1000 (um mil) cópias não autorizadas em média)
*2010 – Tem participação especial no CD Luz do Baião de autoria de Cláudio  Rabeca, lançado no Recife com interpretação da música “Vagabundo”
AUDIOVISUAL
2008 – Sob direção de Walter Eudes, Comunicador Social pernambucano, grava vídeo-documentário de 20’ sobre sua obra e vida com o patrocínio do Governo de Pernambuco e FUNDARPE.
Já foi tema de matéria de algumas televisões de Pernambuco e também de TV da Alemanha
* * *

foto: Walter Eudes
foto: Walter Eudes

quarta-feira, 4 de julho de 2012

MACIEL JUNIOR NO FACEBOOK (VEJA ABAIXO)

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LIMOEIRENSES FAMOSOS



Parabéns ao maestro Severino Araújo nos seus lúcidos 95 anos

Maestro Severino Araújo, grande líder da Orquestra Tabajara, completa 95 anos neste dia 23 de abril


Por: Josélio Carneiro – João Pessoa-PB-Brasil

A Paraíba e o Brasil têm uma grande dívida com o pernambucano Severino Araújo, o grande mestre da Orquestra Tabajara. Em nosso estado ele vivenciou os primeiros anos de sua vida artística a partir da Banda de Música da Polícia Militar, de onde saiu para a Orquestra Tabajara e logo depois assumiu o comando. Creio que devemos à Orquestra e o maestro genial homenagens por meio de um livro, um DVD gravado aqui em João Pessoa, por exemplo, com músicas de artistas paraibanos. Fica aqui a ideia e acredito que apresentarei à Fundo de Incentivo à Cultura - FIC - um projeto nesse sentido.

Este blog presta homenagem hoje ao maestro, clarinetista, compositor e arranjador Severino Araújo, o grande líder da Orquestra Tabajara. O mestre, autor do chorinho ‘Espinha de Bacalhau’ e outras obras-primas completa neste 23 de abril de 2012 seus 95 anos de vida, toda ela dedicada à música de qualidade.
No clarinete, Severino Araújo e sua orquestra
na inauguração da Rádio Tabajajara FM, João Pessoa, 1999 (foto Marcos Russo)

Entrevista a Josélio Carneiro, em 1996, João Pessoa-PB

Nascido em Limoeiro-PE, no ano de 1917, Severino Araújo é filho de José Severino de Araújo (Mestre Cazuzinha) e de dona Amélia Araújo de Oliveira. Seu pai, autodidata, era regente de bandas de música e compositor. Atuou nos municípios pernambucanos de Surubim e Cedro e nos distritos de Floresta dos Leões e Chã do Rocha, além das cidades paraibanas de Aroeiras e Ingá. O menino cresceu aprendendo as lições do pai e logo tomou gosto pela música.

No clarinete, Severino Araújo e sua orquestra
na inauguração da Rádio Tabajajara FM, João Pessoa, 1999
Foto enviada pela família do músico
Ao centro, de terno e com o clarinete na mão, o maestro 
participa da inauguração da Rádio Tabajara FM em 1999 (foto Marcos Russo)





Com a Orquestra Tabajara ganhou fama no Brasil e França, Argentina, Uruguai onde a Big Band se apresentou. A  Tabajara é a mais antiga  orquestra de bailes do Brasil em atuação e Severino Araújo detém o recorde de regência, assumiu a batuta de 1938 a 2005. Nosso último encontro com o mestre foi em 2005 na Rádio Tabajara, em João Pessoa. Na ocasião uma equipe do Rio de Janeiro estava gravando um documentário sobre Severino e a orquetra. Naquele dia autografei e entreguei ao maestro meu livro Tabajara – A Rádio da Paraíba.

O maestro no Twitter - Recentemente o grande nome da música instrumental brasileira e mundial decidiu marcar presença no Twitter, uma oportunidade dos fãs interagirem com o mestre do clarinete e dos arranjos mais perfeitos para orquestras. No Twitter, expressamos ao maestro a ideia que temos da Orquestra Tabajara ser homenageada na Paraíba com a gravação de um DVD. No repertório, músicas de artistas paraibanos. Seria um marco histórico para a cidade de João Pessoa, terra onde nasceu a orquestra em 1933. O Clã Araújo divulgou o twitter de Severino. Anotem aí: @tabajaraujo. Sigam um dos maiores fenômenos da música instrumental dos últimos 70 anos.

Severino Araújo mora no Rio de Janeiro, em Ipanema. Para a ‘cidade maravilhosa’ partiu em meados da década de 1940, quando com a cara e o talento que Deus lhe deu decidiu junto com dois dos cinco irmãos viver da música na então capital do país. O resultado é que em poucos dias os manos começaram a fazer sucesso e daí para a fama não durou muito.

De acordo com o músico e pesquisador Sevy Falcão, em artigo no livro de nossa autoria ‘Tabajara – 65 anos – A Rádio da Paraíba’, Severino Araújo é cidadão paraibano através de título concedido pela Assembleia Legislativa. A proposição é de 1985, de autoria do então deputado e presidente do Poder Legislativo da Paraíba, Evaldo Gonçalves, a partir de sugestão do pesquisador e compositor Newton Marinho.

 Severino Araújo integrou o cast da Rádio Tabajara de 1937 (ano de inauguração da emissora) até 1944, quando o paraibano de Umbuzeiro, Assis Chateaubriand, então embaixador e dono dos Diários Associados, incentivou-o a seguir para o Rio de Janeiro. Na Rádio Tabajara, além de dirigir a Jazz Tabajara,  Severino Araújo também foi programador musical por isso tinha acesso ao grande acervo de discos e partituras com os arranjos das orquestras de Benny Goodman, Tommy Dorsey, Glenn Miller, dentre outras.  Igualmente ao pai, Severino Araújo era autodidata e somente estudou música no Rio, em 1952, com o alemão Hans koelleheuter.

Nos contou o maestro que a Orquestra Tabajara fazia o programa na rádio das 20h às 22h30, de segunda a sexta-feira. Depois os músicos sintonizavam as rádios americanas para ouvir as orquestras de jazz. Nos finais de semana haviam os bailes nos Clubes Astreia e Cabo Branco. A orquestra também acompanhava as grandes atrações nacionais que se apresentavam no palco da Rádio Tabajara.

 Nos anos 1940 o Governo da Paraíba construiu o Hotel Instância Termal Brejo das Freiras, município de São João do Rio do Peixe. A Orquestra Tabajara foi enviada para a festa de inauguração do hotel que teve a presença do então governador Ruy Carneiro. O diretor da Rádio Tabajara, nesta época, era Abelardo Jurema.
Na cidade maravilhosa os irmãos Araújo foram contratados, no começo, pela Rádio Tupi e pelo Copacabana Palace.  Depois vieram os contratos com a TV Tupi, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Nacional e TV Rio. 1945 – estréia da Orquestra Tabajara na Rádio Tupi. Gravação do primeiro disco em 76 rotações.  Início dos bailes de formatura. 1948 – O cantor da orquestra era Jorge Tavares, que pertenceu ao cast da Rádio Tabajara. Conhecido como o cantor Palmolive, Jorge Tavares imitava Francisco Alves.

1951 – A Orquestra Tabajara faz o programa de inauguração da TV Tupi. E os músicos continuaram tocando também na Rádio Tupi. Show em Recife e em João Pessoa, pela primeira vez depois de Severino ter deixado a Paraíba em 1944. 1952 – Levados por Assis Chateaubriand, Severino e sua orquestra animaram um baile  em Paris. Foram trinta dias na França. 1955 – Carnaval de  trinta dias em Montevideo, capital do Uruguai. 1955 a 1959 – Severino e Orquestra são contratados da Rádio Mayrink Veiga, do Rio. 1958 – Surge a orquestra Românticos de Cuba. Uma parceria de Severino Araújo e Nilo Sérgio. O nome do maestro não aparecia porque ele era artista exclusivo da gravadora Continental. 1961 – Severino Araújo assina contrato para fazer o carnaval de Buenos Aires, Argentina. Trinta dias de bailes. 1962 – Contrato com a Rádio Nacional.  1964 – Contrato com a TV Rio. 1968 – Após 35 anos de música Severino Araújo resolveu se aposentar. Não assinaria contratos com rádios ou TVs. 1972 – Severino e a Orquestra começam a gravar com cantores. O primeiro foi Martinho da Vila. Depois o disco de Jamelão. Nos anos seguintes até 2005 ele continuou comandando a Orquestra Tabajara.

Origem da Orquestra Tabajara - A orquestra foi fundada na capital paraibana em 1933 pelo maestro e violinista Olegário de Luna Freire e seu amigo saxofonista Oliver Von Shosten, com o nome Jazz Tabajara. Em 1938, um ano após o ingresso de Severino Araújo, o maestro Olegário falece e Severino é convidado e assume a regência daquela que se tornaria, por seu talento e de seus irmãos e demais músicos, uma das mais famosas orquestras de música popular do mundo.

Antes da Orquestra Tabajara Severino Araújo, em 1936, era sargento da Polícia Militar e músico da Banda da PM. Em uma das entrevistas que nos concedeu em João Pessoa, no ano de 1996, o maestro  revelou que em 1928 passou a tocar clarinete, instrumento que toca até hoje.

A entrevista com Severino Araújo foi gravada na noite do sábado 28 de setembro de 1996, em um restaurante de João Pessoa, antes do baile da Orquestra Tabajara no Clube Cabo Branco. No domingo, 29, a Big Band já estava no Rio de Janeiro em mais um baile, o de número 13.142.  Em 96 o maestro estava com 76 anos.

Severino nos falou da origem da Orquestra Tabajara, seu ingresso nela, em 1937, ano de fundação da Rádio Tabajara. Ele participou da inauguração da PRI-4. Severino Araújo falou ainda sobre sua ida para o Rio, os shows internacionais: 30 dias em Paris, em Montevideo foram 40 dias no carnaval de 1955, em Buenos Aires a temporada foi no ano de 1961.

Livro  -A estimativa é de que a Orquestra Tabajara já foi assistida por mais de 20 milhões de pessoas. Em 2010 o memorialista e escritor Carlos Coraúcci publicou, pela Companhia Editora Nacional, o livro “Orquestra Tabajara de Severino Araújo – a vida musical da eterna big band brasileira”.